segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Velhas Virgens - Ninguém Beija como as Lésbicas

Ninguém Beija como as Lésbicas


Os veteranos roqueiros das Velhas Virgens, que fazem questão de não sair do underground, são responsáveis pelo melhor disco de rock nacional do ano…pelo menos até agora. Enquanto a molecada recorre ao óbvio, são os velhacos que ousam e subvertem o rock & roll tupiniquim. Os tempos realmente mudaram, não? ;-)



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Dá gosto ver que, mesmo depois de duas décadas de carreira, os paulistanos da banda das Velhas Virgens não se acomodaram. Depois de voltarem à sacanagem roqueira com força total em “Cubanajarra” (2006), uma recuperação surpreendente após o sem graça “Com a Cabeça no Lugar” (2004), o sexteto vai além em seu novo disco de inéditas, “Ninguém Beija como as Lésbicas”. É um álbum que refina ainda mais a mistura de rock clássico e blues do grupo, chegando a flertar com o punk e com o ska em algumas faixas, sempre com doses generosas de vigor e energia. As letras ainda viajam pelos conhecidos temas do sexo, da cerveja e da cafajestagem. Mas o ouvido mais atento vai perceber, nas entrelinhas, que estes caras estão sabendo envelhecer e enxergar a vida com muita sabedoria…
      Conceitualmente, “Ninguém Beija como as Lésbicas” já é uma inovação para as Velhas: trata-se de uma ambiciosa ópera rock, cujas faixas são interligadas por efeitos sonoros, ambientando-as como se fossem as muitas histórias que se desenrolam em um único mundo. O tal universo particular, no caso, é uma espécie de cidade-cabaré repleta de caos e na qual vivem todas as espécies de vagabundos boêmios. O personagem principal é Genelvis, um gênio da garrafa que se depara com a estreia de “Ninguém Beija como as Lésbicas”, produção cinematográfica cujo roteiro é baseado nas revelações de sua ex-esposa. Parece maluco? Se você quiser entender todos os detalhes da trama – que só poderia ter saído da cabeça de uma banda etílica como as Velhas Virgens – faça o favor de baixar o livreto em PDF no site oficial dos caras.

     Em termos sonoros, o disco abre com o blues sacana “O Gênio da Garrafa”, que apresenta o protagonista da trama interpretado pelo vocalista Paulão – e também as habilidades de Simon Brow, o novo baterista que é apenas uma das novidades na formação da banda. A faixa seguinte, “A Boca, A Buceta e A Bunda” mostra o quanto ganhou em peso a dobradinha de guitarras de Alê Cavalo, agora ao lado do jovem Roy Carlini – o sobrenome já indica o talento, já que ele é filho de Luiz Carlini, da icônica banda Tutti Frutti.
    
     Por sinal, Carlini já chega botando banca na formação, conseguindo inclusive incluir uma de suas composições no disco. A canção “Strip & Blues” traz um duelo vocal, com um sensual tom fetichista, entre o próprio Roy e a nova vocalista feminina das Velhas, Juliana Kosso. Ex-integrante do conjunto juvenil As Patotinhas (aquele mesmo, de onde veio a apresentadora Eliana), Juliana prova ser uma escolha muito melhor do que sua antecessora, a quase pueril Lili. Em sua música-solo, o petardo “Cafajeste”, Juliana consegue ser ao mesmo tempo provocante e agressiva, detonando o sujeito que “troca de mulher como quem muda a roupa suja”. Mal dá para esperar para ver como a moça se sai ao vivo.

     “Ninguém Beija como as Lésbicas” é daqueles discos com momentos memoráveis, que sozinhos já valeriam a pena. O delicioso blues “Bortolotto Blues” é uma bem-vinda parceria de Paulão com o igualmente pornográfico (e talentoso, que fique claro) Mário Bortolotto, ator, escritor, dramaturgo e vocalista do grupo Saco de Ratos Blues. Na música, ambos discorrem de maneira brilhante sobre o quão trabalhoso é o ato de chifrar. Com um riff de guitarra quase hard rock, “Eu Bebo Pra Esquecer” é uma daquelas canções do tipo “dor de corno”, com palavrões interpretados de maneira tão expressiva que até parece que Paulão está incorporando um outro Paulo, o ator Paulo César Pereio. Para quem insiste em dizer que as Velhas são uma banda machista, que tal ouvir “Essa Mulher Só Quer Viver na Balada”, um punk rock com ecos de ska no qual Paulão reclama da sujeita que só quer saber de dar uns perdidos no maridão para encher a cara?

     Um disco que termina com a soberba letra de “O Amor é Outra Coisa”, não precisaria de mais nada, mas não é que a banda ainda nos presenteia com a semibalada “A Última Partida de Bilhar”? Trata-se de uma pérola sobre um homem prestes a se casar e que, depois da despedida com os amigos, se descobre dolorosamente preso a uma vida de privações que mal reconhece. Uma canção de sutileza ímpar, que deve falar alto no âmago de qualquer marmanjo que já passou (ou ainda passa) pela mesma situação.

     Estamos num ano em que grupos como Pitty, Fresno, NX Zero e Charlie Brown Jr., todos campeões de audiência nas principais rádios do país, lançaram seus novos discos – e todos apostando numa fórmula prontinha de sucesso baseada nos hits anteriores. E justamente por isso é curioso ver que os veteranos roqueiros das Velhas Virgens, que fazem questão de não sair do underground, são responsáveis pelo melhor disco de rock nacional do ano…pelo menos até agora. Enquanto a molecada recorre ao óbvio, são os velhacos que ousam e subvertem o rock & roll tupiniquim. Os tempos realmente mudaram, não? ;-)

Line-up

Paulão de Carvalho (Vocal / Gaita)
Alexandre Cavalo Dias (Guitarra / Vocal)
Roy Carlini (Guitarra / Vocal)
Tuca Paiva (Baixo)
Simon Brow (Baterista)
Juliana Kosso (Vocalista)

Tracklist

01 - O Gênio da Garrafa
02 - A Boca, A Buceta e A Bunda
03 - Bunda Boa
04 - Ninguém Beija Como as Lésbicas
05 - Essa Mulher Só Quer Viver na Balada
06 - Cafajeste
07 - Bortolotto Blues
08 - A Última Partida de Bilhar
09 - F.D.P.
10 - Eu Bebo Pra Esquecer
11 - Velho Safado
12 - Strip & Blues
13 - Palavras do Mentor
14 - O Amor é Outra Coisa

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